quarta-feira, 28 de março de 2012

Entrevista a Ian Somerhalder


Como descreves o Damon?
Ian: Ele está enfurecido. Sente que algo de muito errado foi feito com ele, muito errado, e deseja vingança e liberdade. No entanto, ele é solitário. É a pessoa mais solitária que já conheci. Imagine alguém com 160 anos e com os sentidos bem apurados.
Como Damon pode ficar na cidade e não ser descoberto, quando, na verdade, ele ataca e mata humanos? Você acha que demorará muito antes que percebam o que está acontecendo?
Ian: Creio que não demorará muito. Vocês verão bem rapidamente qual é a sede de vingança de Damon, é algo que entenderão bem rápido. Além disso, há toda uma mitologia em torno disso, o que torna tudo mais interessante.

Crias-te um background para a tua personagem? Foi-lhe dito muito a respeito dele?
Ian: Ah, sim! E ele é intenso. Até mesmo as pessoas que são más, tudo isso nascem de algo. Vem de algum lugar. Quando somos bons com as pessoas, isso vem de um bom lugar. Quando somos maus com elas, isso vem de um lugar mau. No entanto, todos nós temos um motivo para aquilo que estamos fazendo e o de Damon é muito bem justificado. Ele sente que foi muito ferido no passado, e muito mal lhe foi feito, tão profundamente, de forma que ele está pronto para buscar vingança. Será interessante. Ele tem suas razões para tudo que ele faz, de forma que haverá mudanças nas situações, nos pontos de vistas. Toda a idéia gira em torno de que Damon perdeu sua humanidade, mas nos depararemos com diferentes lados dele, conforme a temporada começar a avançar…

Então, na tua opinião, ele não é de todo mau?
Ian: Não. Ele é um personagem muito dinâmico, muito complicado. O relacionamento entre Stefan, Damon e Elena vai bem além do lance de novela teen da série – eles têm relacionamentos bem complicados.

Estás a gostar de interpretar o papel?
Ian: Sim, é um prazer fazê-lo. Violência e brutalidade, para mim, nunca é algo “tudo bem”. Não sou uma pessoa violenta nem brutal, nem um pouco. Mas a violência e a brutalidade dele parecem brotar de algum lugar. Até mesmo as pessoas que são más, que realizam coisas más, o fazem por motivos, não é algo “do nada”. A razão pela qual as pessoas gostam de um personagem “mau” em um livro, filme, ou em uma peça, é porque se divertem fazendo o que estão fazendo enquanto o fazem. E há algo de interessante e sedutor em ver alguém fazer tal coisa. Mesmo que ele esteja sendo mau, está se divertindo ao fazer isso. Então, como seres humanos, somos doentemente atraídos por isso, e somos realmente culpados disso.

“Como seres humanos, somos doentemente atraídos pelo lado mau, e somos realmente culpados disso.” – Ian Somerhalder

Qual é a melhor parte da tua personagem?
Ian: Reside justamente no fato de ele ser tão poderoso e sentir prazer, divertir-se. Nós, como seres humanos, nos sentimos atraídos por alguém, até mesmo se ele for um bastardo por completo, porque ele gosta do que está fazendo. É legal ver pessoas se divertindo ao fazerem o que fazem – sejam boas ou más. Nós somos seres estranhos, bizarros quanto a isso. As garotas gostam do cara mau e os caras gostam da garota má.

Como é o relacionamento entre Damon e o Stefan vai mudar durante a série?
Ian: Isso é algo definitivamente a ser visto. Há tantos elementos que vão ditar este caminho, devido à mitologia envolvendo tudo isso. Estes dois irmãos têm visões bastante diferentes a respeito da vida. Damon resolveu não largar seu legado que consiste em alimentar-se das pessoas. É isso que vampiros fazem. Para um vampiro, abrir mão disso seria como se um ser humano decidisse parar de comer. E Stefan, por causa de seu amor pelas pessoas ou apenas por seu desejo de não ter de matá-las de forma brutal, decidiu não se alimentar delas, o que se torna uma dificuldade para ele. Assim sendo, haverá muitas viradas na história que ilustrarão o quão diferentes eles são, e o vai-e-vem entre o paralelismo bom vs. mau. Há muitas trilhas que eles podem percorrer…



E quanto a Elena? Ela é a reencarnação do amor verdadeiro de Stefan ou é  uma parente distante dela?
Ian: Venho torcendo os braços deles para tentar descobrir, mas eles não nos contam nada a respeito, o que é, provavelmente, melhor, porque ficaríamos atados às ideias que nos fossem passadas. E eles são espertos o bastante para não contar isso aos atores por saberem que falaríamos a respeito para vocês da imprensa.

Tu costumas passar muito tempo a exercitar?
Ian: Eu passo muito tempo fazendo muito exercício na academia. Estou lá com frequência. É preciso muita resistência. Damon não se alimenta de nada que não seja sangue humano. É isso. Ele é forte, mas há esse elemento de pureza em relação a ele. Eu mudei minha alimentação. É tudo tão simples e puro. É tão sem graça.

Notas uma mudança no seu corpo?
Ian: Ah, sim. Minha forma mudou. Há um certo elemento de ser fisicamente muito poderoso. É mais ameaçador. Damon é muito esse tipo de cara.

Quando eras criança, gostavas de vampiros?
Ian: Sim, cresci com Anne Rice. Sabia tudo a respeito daquilo. E, além disso, há essa magia em New Orleans. Há um quê de místico, vampírico em relação à cidade, algo que sempre esteve lá – algo inerente ao lugar, algo realmente interessante, sedutor, perigoso e sexy.

De que forma Damon é diferente dos outros vampiros?
Ian: Damon fazer o que quer que deseje fazer. Ele sai ao sol. Eu realmente quero que Kevin escreva um episódio em que Damon vá até o Caribe durante algum tempo, por algum motivo. Ele usa um anel com uma pedra de lápis-lazúli que permite aos vampiros andarem sob o sol, de modo que pode esfriar a cabeça lá nas Ilhas Virgens por algum tempo e quem sabe morder algumas pessoas por lá.

Gostavas de ser imortal como os vampiros?
Ian: De modo algum! A vida gira em torno dos relacionamentos que temos. Não é só sobre nós. Diz respeito a nossa família, nossos amigos, nossos filhos. Temos de ter um certo tempo para fazer coisas. Se fôssemos imortais, isso nunca teria fim. Parece que seria uma existência um tanto quanto solitária.

Como ator, o que te atraiu em interpretar um vampiro?
Ian: Pelo prazer de fazê-lo. É dinâmico, no sentido de que é bem divertido. Você tem poderes que não teria como um ser humano mortal, e isso lhe dá muitas coisas boas com as quais pode “brincar”. Como ator, é um sonho fazer algo assim. É isso que se deseja.

Lês-te os livros nos quais a série tem base, para criar o background de seu personagem?
Ian: Bem, comecei a ler… Tenho os livros e estou lendo-os, mas Kevin, Bob Levy e Julie Pec disseram que os livros eram como uma fundação para a base da série. Foram apresentados a Julie e Kevin, a quem disseram: “Qual é sua visão disso? Levem a história até este nível.” Não é tão literal, e tenho certeza de que desagradará a muita gente. No entanto, é uma daquelas coisas fruto da visão deles da base da história, o que é algo excelente.

Há algo a que te tenhas dedicado muito como alguns dos fãs do gênero de histórias de vampiros?
Ian: Para ser honesto com você, eu fazia muito teatro quando mais novo e tinha obsessão por isso. Mas cresci andando a cavalo, bem no meio dos bosques, de modo que tinha obsessão em entender a terra, rastrear animais, pescar e construir coisas. Lia muito e via muitos filmes, mas sempre estava mais ligado no que fazíamos quando crianças, com nossos cavalos e nossa vida equestre e a pescaria. Cresci no meio do nada, em Louisiana.

Ainda andas a cavalo?
Ian: Sim, não tanto quanto eu gostaria. Gostaria de passar uns seis anos fazendo a série, fazer um ou outro filme e depois pegar o dinheiro ganho com isso e passar o resto da minha vida montando em um cavalo, cavalgando. Isso seria uma boa ideia.


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